Assoc. Fronteira Católica: FSSPX-Alemanha pede ao novo chefe da Congregação da Doutrina da Fé que se retrate

domingo, 8 de julho de 2012

FSSPX-Alemanha pede ao novo chefe da Congregação da Doutrina da Fé que se retrate

Comunicado de Imprensa do Distrito Alemão da FSSPX
Por Padre Mathias Gaudron | Tradução e publicação: Fratres in Unum.com

O novo Prefeito do Santo Ofício
em uma “celebração ecumênica”.
A Igreja sempre considerou como uma de suas tarefas mais importantes a de defender fielmente o Depósito da Fé confiado a Ela por Cristo e os Apóstolos e defendê-lo contra erros, a fim de poder transmiti-lo intacto às gerações futuras. Assim, a função de Prefeito da Congregação [da Fé] é um dos cargos mais elevados da Igreja.

A Fraternidade Sacerdotal São Pio X na Alemanha foi tomada de surpresa com a nomeação do bispo de Regensburgo, Gerhard Ludwig Müller, a esse cargo. A FSSPX se indaga se um homem que em seus escritos e discursos públicos ofendeu publicamente a doutrina católica está apto a ocupar o cargo.

Os seguintes pontos são:

Dom Müller nega em seu livro “A Missa – fonte de Vida Cristã” a transubstanciação real do pão e do vinho em Corpo e Sangue de Cristo. Pão e vinho permanecem o que são, de acordo com ele, mas são os meios para integrar os crentes na comunidade de vida com o Pai e o Filho. Isso se assemelha à doutrina calvinista de que o pão e o vinho não são mudados, mas são um meio de graça. [1]

Ao contrário do ensinamento católico de que a transubstanciação dos dons é realizada pelo pronunciamento das palavras “Este é o meu corpo … Este é o cálice do meu sangue ,”[2] Dom Mueller diz, a questão do ponto preciso da mudança “teologicamente não tem significado real.” [3]

Dom Müller nega em seu ensinamento dogmático a doutrina da virgindade de Maria no nascimento, [4] e também a doutrina de que Maria deu à luz seu filho sem ferir a sua integridade física. [5]

Em um panegírico ao protestante Dr Johannes Friedrich, Dom Müller disse, em 11 de outubro de 2011: “Os cristãos que não estão em plena comunhão com o magistério, com os meios de salvação, bem como com a constituição apostólica e episcopal da Igreja Católica, são justificados pela fé e pelo batismo e incorporados totalmente na Igreja de Deus como Corpo de Cristo”. Essa declaração contradiz toda a tradição da Igreja e em particular o ensinamento do Papa Pio XII na Mystici corporis.

Ao contrário da doutrina católica da necessidade de conversão à Igreja Católica, conforme o Concílio Vaticano II ensinou explicitamente, [6] Dom Müller disse no mesmo discurso que o suposto “ecumenismo de volta” era “absurdo”.

A FSSPX pediria urgentemente a Dom Mueller para fazer uma declaração sobre essas posições controversas e corrigi-las. Não há aversões pessoais que levem à FSSPX a tomar esta atitude, mas simplesmente o desejo de uma pregação pura da doutrina da Fé.

Nos últimos anos, Dom Müller não fez segredo algum de sua atitude negativa em relação à FSSPX. Ademais, a FSSPX não vê ainda nenhum sinal positivo de disposição para discutir a questão do reconhecimento canônico. Ela espera que o novo prefeito possa encontrar uma atitude mais positiva em relação à FSSPX – no contexto de discussões dentro da Igreja universal.

Padre Matthias Gaudron, teólogo dogmático da FSSPX

[1] “Na realidade, o corpo e o sangue de Cristo não significam os componentes físicos do homem Jesus durante a sua vida ou na corporeidade glorificada. Ao invés disso, corpo e sangue da presença de Cristo neste contexto significam ter o caráter do meio de pão e vinho”. …Nós temos “amizade com Jesus Cristo agora, mediado pelo alimento e bebida do pão e vinho. Apenas nas relações interpessoais algo como uma carta de amizade entre as pessoas pode ser estabelecida e no recebimento, pode-se dizer, a afeição do destinatário pode ser vista e incorporada. “(A Missa – fonte da vida cristã , Augsburg, St. Ulrich Publisher: 2002, pp. 139 f )

[2] Cf . O Catecismo da Igreja Católica, páginas 1375, 1377

[3]  A Missa – fonte da vida cristã, página 142

[4] Cf. O Catecismo da Igreja Católica, páginas 499, 510

[5] “Não se trata de características fisiológicas diferentes no processo natural de nascimento (algo como, por exemplo, a não abertura do canal do parto, a não violação do hímen e a não ocorrência das dores do parto), mas da influência curadora e redentora da graça do Salvador sobre a natureza humana, que foi ferida pelo pecado original. Os conteúdos de declarações doutrinais… derivam de detalhes somáticos fisiológicos e empiricamente verificáveis” (Dogma católico para estudo e prática, Friburgo 5, 2003, p 498). Na verdade, o ensinamento tradicional ainda mantém tais peculiaridades fisiológicas.

[6] “Por conseguinte, não poderão salvar-se aqueles que se recusam a entrar ou a perseverar na Igreja Católica, sabendo que Deus a fundou por Jesus Cristo como necessária à salvação. ” (Lumen Gentium 14).

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