Assoc. Fronteira Católica: "Teu Filho Não Perecerá!"

quarta-feira, 5 de junho de 2013

"Teu Filho Não Perecerá!"

Santo Agostinho professou a seita maniqueísta por nove anos. Este relato - retirado das Confissões (Livro II, Capítulo XII) - é sobre uma tentativa de sua mãe, Santa Mônica,  afastá-lo de seus erros.

"Nessa mesma ocasião deste à minha mãe outra resposta, de que ainda me lembro – pois passo em silêncio muitas circunstâncias, pela pressa que tenho de chegar àquelas que te devo confessar com mais urgência, ou porque não as recordo – deste-lhe outra resposta por meio de um teu bispo, educado em tua Igreja e exercitado em tuas Escrituras. Como ela pedisse que se dignasse falar comigo, para refutar meus erros e desenganar-me de minhas más doutrinas e ensinar-me as boas – pois assim fazia com quantos julgava idôneos – ele negou-se com muita prudência, como pude verificar depois; respondeu-lhe que eu estava incapacitado para receber qualquer ensinamento, por estar enfatuado com a novidade da heresia maniqueísta, e por haver criado embaraço a muitos ignorantes com algumas questões fáceis, como ela mesma lhe relatara. “Deixe-o – disse – e unicamente ore por ele ao Senhor! Ele mesmo, lendo os livros dos hereges, descobrirá o erro e reconhecerá sua grande impiedade”. – Ao mesmo tempo contou-lhe que, quando criança, sua mãe, seduzida pelo erro, entregara-o aos maniqueus, chegando não só a ler, mas a copiar quase todas as suas obras; e que ele mesmo, sem necessidade de que ninguém o contestasse ou convencesse, chegara a perceber a falácia daquela doutrina, abandonando-a enfim.  
Depois de assim falar, minha mãe não se aquietava, instando com maiores rogos e mais copiosas lágrimas a que me visitasse, para discutir comigo sobre o tal assunto. O bispo, já com certo enfado de sua insistência, lhe disse: “Vai-te em paz, mulher, e continua a viver assim, que não é possível que pereça o filho de tantas lágrimas” – palavras que ela recebeu como vindas do céu, segundo me recordava muitas vezes em seus colóquios comigo."

Os fiéis à Sã Doutrina vivem hoje como Santa Mônica, chorando a impiedade dos modernistas. Rezemos pelas almas dos pecadores, hereges e cismáticos. 

Um comentário:

  1. Agora vejo que nas lágrimas de Santa Mônica havia também muito de arrependimento pelo erro que ela mesma cometeu.

    ResponderExcluir