Assoc. Fronteira Católica: Sermão do XV Domingo Depois de Pentecostes - Pe. René Trincado

terça-feira, 3 de setembro de 2013

Sermão do XV Domingo Depois de Pentecostes - Pe. René Trincado

Na quinta-feira passada celebramos a Festa da Degolação de São João Batista.

Disse o Evangelho (Mc VI, 17-28) que Herodes mandara prender a João por causa de Herodíades, mulher de seu irmão Felipe; porque havia a tomado por mulher. Pois João dizia a Herodes: não te é licito ter a mulher de teu irmão.


Se pode aplicar este Evangelho a nosso tempo e dizer que S. João Batista representa a Igreja, cuja missão é dar a Luz de Cristo aos homens para que, vivendo segundo a Fé e a Moral verdadeiras, salvem suas almas. Mas a verdade que é predicada pela Igreja é recusada pelos que pertencem ao diabo. A Luz Divina enfurece aos que querem viver na obscuridade do pecado.

O rei Herodes representa aos prelados liberais, especialmente aos Papas desde João XXIII em diante, porque vivem em adultério espiritual. Cristo chama adúlteros aos que abandonam a Deus, verdadeiro esposo da alma (Catena Áurea in Mc VIII, 38). Toda heresia é, pois, um adultério, porque por ela nos separamos da Verdade que é Cristo. O Modernismo – vertente teológica do liberalismo- é a cloaca de todas as heresias, disse São Pio X, e por ser a pior das heresias, o modernismo ou progressismo é o pior dos adultérios.

Por isso Herodíades o odiava e queria matá-lo, não o conseguindo, porém. Pois Herodes respeitava João, sabendo que era um homem justo e santo; protegia-o e, quando o ouvia, sentia-se embaraçado. Mas, mesmo assim, de boa mente o ouvia.

Herodíades, a adultera, é, segundo os antigos interpretes, a religião judia. Mulher orgulhosa, ambiciosa, altiva, arrogante, intrigante, manipuladora e cruel; queria matar a João porque lhe fazia ver que estava em pecado. Em lugar de arrepender-se, de acabar com o que separava sua alma de Deus (o pecado), buscou acabar com o homem santo que tendia a separá-la de Herodes e do diabo.

Chegou, porém, um dia favorável em que Herodes, por ocasião do seu natalício, deu um banquete aos grandes de sua corte, aos seus oficiais e aos principais da Galiléia. A filha de Herodíades apresentou-se e pôs-se a dançar, com grande satisfação de Herodes e dos seus convivas.

Esta segunda mulher, filha de Herodíades e enteada de Herodes, se chamava Salomé. Assim como a Igreja tem uma Mãe Santíssima que é a Virgem Maria, Salomé é a má filha de uma mãe igualmente má. É a heresia atual, que provem de Herodíades, do judaísmo, porque as obscuras origens do modernismo parecem remontar-se até à Cábala Judaica. Salomé é, então, a igreja conciliar, fruto envenenado da sinagoga; a seita dos lobos com pele de ovelha, cujo coração são os infiltrados do diabo: sodomitas, marxistas, maçons, modernistas convencidos e militantes, etc. Salomé, instigada por sua mãe, consegue que S. João seja degolado. De igual modo a igreja conciliar tenta separar do corpo, a massa dos católicos, de Cristo, Cabeça da Igreja. O nome Salomé deriva da palavra hebraica shalom: paz. O covarde pacifismo –vale a redundância- é um dos elementos característicos do liberalismo. Quantas vezes temos ouvido da boca de Papas e bispos liberais esse blasfemo parecer de que a Igreja está a serviço da paz? Paz segundo o mundo, mera ausência de guerras, paz de mortos, paz satânica dos que querem viver tranqüilos sem ser molestados por Deus. A funesta festa na qual Salomé dançou e agradou aos comensais, é o diabólico Vaticano II. Adiante a Hierarquia católica não quererá conquistar o mundo para Cristo, senão agradar ao mundo, mostrar-se simpática com os inimigos de Deus e oferecer-se a eles como a vagabunda Salomé.
 
E o rei enviou um carrasco e ordenou-lhe que trouxesse a cabeça de João. E ele foi; decapitou-o na prisão; trouxe a cabeça num prato e a deu à jovem, e a jovem a deu à sua mãe.

Estimados irmãos: todos os católicos têm na figura de São João Batista um brilhante exemplo de fidelidade a Cristo, desta santa intransigência Católica surgida a partir da verdadeira caridade, o amor ardente da Verdade. Como ele, você tem que querer morrer antes de ceder os princípios, ao invés de amenizar a defesa da verdade, antes de trair Cristo. Não esqueçamos que essa intransigência que Deus espera de nós tem uma recompensa eterna. E tem também a promessa de ser recompensado nesta vida com a Santíssima cruz, como São Paulo nos diz que todos os que querem viver piedosamente em Cristo Jesus serão perseguidos (II Timóteo III, 12). E Cristo diz: ânimo, eu venci o mundo. (Jo XVI, 33).

E se...  à maneira do homem moderno, infectados com o liberalismo, João tentasse chegar a um acordo com Herodíade ou com Herodes? E se...  a fim de evitar o agravamento do conflito, destacasse mais as coisas boas que fez Herodes do que os pecados deste? E se...  formulasse certas condições para a paz, sendo a primeira delas,  ser tirado da prisão e continuar falando livremente? Bem, se tivesse feito algo disso, teria sido infiel a Cristo, teria sido um traidor e um covarde, teria sido outro Herodes e outro Judas. São João Batista não pediu nada a Herodes porque a verdade não pede nada ao erro, nem a luz às trevas, nem Cristo à Belial. A única coisa que faria possível a paz com Herodes e Herodíades teria sido o cumprimento deste, e só deste requisito: que acabe o adultério, que termine o pecado. Isso, exatamente, foi a condição que, fiel à linha traçada por Mons. Lefebvre -novo João Batista-, havia posto à Roma adúltera o capítulo da Fraternidade desde o ano 2006: nenhum acordo sem a prévia conversão de Roma, sem o fim do adultério liberal e modernista.

Por ser intransigente, São João morreu preso por Herodes e, por ser intransigente, Mons. Lefebvre morreu "excomungado" pelos filhos de Herodes. E agora? Hoje, vemos com pesar que as crianças do Mons. Lefebvre não foram mantidas no santo caminho de seu pai, mas arrastado por uma autoridade hesitante, confusa e ambígua como Herodes, escolheram o caminho rastejante, tímidos e pusilânimes.

Esta é a vossa hora e o poder das trevas (Lc XXII, 53): Os muito lamentáveis acontecimentos do que temos testemunhado durante a última época, mostram que a FSSPX está tendo cada vez mais de Herodes, Herodiades e Salomé, e menos de Mons. Lefebvre, São João Batista e Cristo.

Ave Maria Puríssima.
 Tradução: Grupo Dom Bosco

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