Assoc. Fronteira Católica: Sermão do XVI Domingo Depois de Pentecostes - Pe. René Trincado

terça-feira, 10 de setembro de 2013

Sermão do XVI Domingo Depois de Pentecostes - Pe. René Trincado

Sendo que 8 de Setembro é a Festa da Natividade da Bem-Aventurada Virgem Maria, lerei então algumas passagens do livro “O Segredo Admirável do Santo Rosário”, de São Luis Maria Grignon de Montfort:

O Rosário completo, com suas 3 coroas, consiste na repetição de Ave-Marias. É uma série de 153 Ave-Marias, mais 16 Padre-Nossos e Glórias. A Santíssima Virgem revelou que é sinal provável de condenação ter negligência, tibieza e aversão à Ave-Maria; e que os que – pelo contrário – sentem devoção a esta oração possuem um grande sinal de predestinação. Todos os hereges, que são filhos do diabo, e que levam os sinais evidentes de condenação, têm horror à Ave-Maria; aprendem o Padre-Nosso, mas não a Ave-Maria e prefeririam levar sobre si uma serpente antes que o Rosário. Entre os católicos, os que levam o sinal da reprovação apenas se interessam no Rosário, são negligentes em rezá-lo ou o rezam com preguiça e precipitadamente.


Pregando São Domingos o Rosário em Carcasona (ao Sul da França, no início do séc. XIII), lhe levaram um herege possesso; o santo o exorcizou na presença de mais de doze mil pessoas. Os demônios que possuíam a este miserável estavam obrigados a responder as perguntas do santo, e confessaram:

Que eram quinze mil demônios os que haviam no corpo do possesso, porque havia atacado os quinze mistérios do Rosário. Que com o Rosário que ele pregava levava o terror e o espanto a todo o inferno (isto é, às hostes infernais), e que era o homem que mais odiavam em todo o mundo por causa das almas que lhes tirava com a devoção ao Rosário.

São Domingos colocou seu Rosário no pescoço do possesso e lhes perguntou a qual dos santos do céu temiam mais e qual devia ser mais amado e honrado pelos homens. A esta pergunta os demônios romperam em gritos tão espantosos que a maior parte dos ouvintes caiu em terra assustados e espantados. Os espíritos malignos, para não responder, choravam e se lamentavam de um modo comovedor que muitos assistentes choravam também por compaixão. Os demônios diziam pela boca do possesso com voz lastimosa: “Domingos! Domingos! Tem piedade de nós! Te prometemos não fazer-lhe mal!”.

O Santo, sem mudar-se por estas sofridas palavras, respondeu aos demônios que não cessaria de atormentá-los até que respondessem a pergunta. Disseram os diabos que responderiam, mas em segredo e ao ouvido. Insistiu o santo, ordenando-lhes que falassem muito alto. Os diabos não quiseram dizer palavra. Então São Domingos ficou de joelhos, e fez à Santíssima Virgem esta oração: “Oh excelentíssima Virgem Maria, pela virtude de teu saltério e Rosário, ordena a estes inimigos do gênero humano que respondam a pergunta”.
Os demônios exclamaram: "Domingos, rogamos-te pela paixão de Jesus Cristo e pelos méritos de tua santa Mãe e de todos os santos, que nos permitas sair deste corpo sem dizer nada, porque os anjos, quando tu quiseres, revelar-te-ão. Nós somos mentirosos. Como acredita em nós? Não nos atormentes mais, tenhas piedade de nós.” Desgraçados são" disse São Domingos, e ajoelhando-se, dirigiu esta nova oração à Santíssima Virgem: “Ó digníssima Mãe de Sabedoria,... peço-vos para a saúde dos fiéis aqui presentes, que obrigueis a esses vossos inimigos a abertamente confessar aqui a verdade completa e honesta."

Apenas havia terminado esta oração, viu perto dele a Santíssima Virgem, rodeada de uma multidão de anjos, que com uma vareta de ouro que tinha na mão, golpeava ao possuído, dizendo-lhe: “responda a pergunta de meu servidor Domingos.”

Então os demônios começaram a gritar, dizendo: “Oh! inimiga nossa! Oh! ruína e confusão nossa! Por que viestes do céu para atormentar-nos de forma tão cruel? Será preciso que por vós, ó advogada dos pecadores, a quem livrais do inferno; ó caminho seguro do céu, sejamos abrigados – para nosso pesar- a confessar diante de todos o que é causa de nossa humilhação e ruína? Ai de nós! Maldição a nossos príncipes das trevas! Ouçam, pois, cristãos! Esta Mãe de Deus é onipotente e pode impedir que seus servos caiam no inferno. Ela, como um sol, dissipa as trevas de nossas astutas maquinações. Descobre nossas intrigas, rompe nossas redes e reduz à inutilidade todas nossas tentações. Vemo-nos obrigados a confessar que ninguém que persevere em seu serviço se condena com nós. Um só suspiro que ela apresente à Santíssima Trindade vale mais que todas as orações, votos e desejos de todos os santos. Temos mais medo dela que de todos os bem-aventurados juntos e nada podemos contra seus fiéis seguidores.

Levem em consideração também que muitos cristãos que A invocam ao morrer e que deveriam se condenar, segundo as leis ordinárias, salvam-se graças à Sua intercessão. Se esta Mariazinha – assim a chamaram em sua fúria – não houvesse oposto aos nossos desígnios e esforços, há tempos teríamos derrubado e destruído a Igreja, e levado ao erro e à infidelidade toda sua hierarquia! Devemos incluir, com maior clareza e precisão – obrigados pela violência que nos fazem – que ninguém que persevere na reza do Rosário se condenará. Por que ela obtém para seus fiéis devotos a verdadeira contrição dos pecados, para que os confessem e alcancem o seu perdão”.

Então São Domingos fez todo o povo rezar o Rosário muito lentamente e devotadamente, e a cada Ave-maria que o santo e o povo rezavam – que coisa surpreendente! – saía do corpo deste desgraçado uma grande multidão de demônios em forma de carvões acesos. Este milagre foi causa da conversão de grande número de hereges, que, aliás, se inscreveram na Confraria do Santo Rosário, como sucedeu com o possesso. 

Termino com outra citação deste grande apóstolo do Rosário que foi São Luís Grignion de Montfort: “eu acredito que você vai receber a coroa que nunca vai definhar, se se você mantiver fiel à reza (do Rosário) devotamente até a morte... Não obstante à enormidade de seus pecados, mesmo que já estivessem  à beira do abismo... converter-se-ão mais cedo ou mais tarde e salvar-se-ão, sempre que, repito, rezarem devotamente, todos os dias até à morte o Santo Rosário com o fim de conhecer a verdade e alcançar a contrição e o perdão de seus pecados.” 

Ave Maria Puríssima.
Tradução: Grupo Dom Bosco

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